Páginas

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Engolindo sapos, ganhando experiência.

Pois bem, é difícil engolir os sapos que a vida nos impõe. E não é só isso! Por vezes, é ainda mais difícil perceber que estes sapos precisam ser deglutidos, digeridos e defecad... Odeio pessoas que têm a tal Síndrome de Gabriela: "Eu nasci assim, vou morrer assim...". Na vida a gente vive mais um dia para que sejamos pessoas melhores que no dia anterior, segundo cada convicção, é claro.

Não sou espírita, mas esses dias assistia uma entrevista do ator brasileiro Nelson Xavier falando da experiência de interpretar o médium de nome homônimo: Chico Xavier. A entrevista foi muito interessante, Nelson, que se dizia um comunista convicto, por acreditar que o bem estar da coletividade só pode ser conquistado com luta, engajamento e até truculência, falava com profunda emoção do falecido médium.

Dizia ele: "Demorei minha vida toda para perceber que a luta e truculência não são capazes de mudar o mundo, ao contrário, podem piorá-lo. Chico me ensinou que só o amor, o amor ao próximo, é capaz disso". Apesar de parecer algo até meloso e clichê, foi de uma sinceridade absurda.

E que isso tem a ver com o que já escrevi? A virtude que mais admiro em qualquer ser humano é a verdade de seus sentimentos, ainda que eu discorde deles. Admiro até mais ainda quem desafia a ignorância e declare explicitamente aquilo que pensa ou acredita. Isso não é tarefa fácil, todos temos um medo incrível de passar por ridículos. No entanto, se não defendermos nossas convicções nunca nos comprometeremos com nenhuma delas, restanto a nós a indiferença e a superficialidade.

Para que a vida para seja abundante e frutuosa é mister chegar as profundezas de si mesmo. Eu tento fazer isso pelo caminho da vida interior que a fé me ensinou, mas sei que diversas outras pessoas tentam fazê-lo sem a religião. Usam a psicologia, a ciência, o esporte, as amizades, etc. Não sei qual caminho é mais promissor, mas o meu tem me ajudado bastante.

Por fim, em minha opinião, a vida é um profundo caminho de auto-conhecimento, e neste caminho, nos deparamos com tantas outras pessoas com necessidades mais urgentes que as nossas, que percebemos que nossa tarefa é fazer a vida destas pessoas um pouco melhor. Ou seja, a vida interior, o auto-conhecimento não capazes de nos fazer indiferentes ao que nos cerca, ao contrário, ele nos deixa mais atentos aquilo que passível de nossa ajuda.